Aves de Rapina no Mato Grande

Neste país, felizmente, ainda existe muito mato. Aqui na nossa terra existe um, que além de ser mato é, ainda por cima, grande. Chama-se Mato Grande. O Mato Grande é um planalto extenso, não cultivado actualmente e é um importante território de caça para diversas aves de rapina. Lembram-se do grande incêndio que houve em Sintra no Verão de 2oo6… Uma grande porção deste mato grande, incluíndo parte do pinhal foi consumida pelas chamas. As chamas consumiram também grande parte da vegetação desvendando por detrás de um emaranhado de canas uma casa de campo em ruínas que mais tarde visitamos imaginando como seria a sua vida em outros tempos.

O fogo afugentou os pequenos mamíferos que habitavam o Mato Grande,  privando por consequência as aves do seu magnífico terreno de caça. O habitat foi restituído em cerca de ano e meio e as aves voltaram. Quem por lá passe observando com atenção o céu, as árvores (as vivas e as secas) e os cabos e postes de electricidade verá certamente algumas delas. A águia-de-asa-redonda e o falcão peregrino comum são os clientes diúrnos mais frequentes deste “estabelecimento”. Durante a noite este território é dominado pela coruja das torres e o mocho galego.

Para quem visite este local à procura da micro escondida nas ruínas abandonadas da casa de campo, fica aqui um incentivo para que prestem atenção aos seus habitantes naturais. Se conseguirem fotografá-los ainda melhor, nós prometemos colocar a melhor foto da semana*, publicada no nosso blog.

*Para a escolha da fotografia prestamos atenção ao detalhe da imágem, enquadramento, originalidade e o factor C, obviamente :), se quiserem que a vossa fotografia apareça nas páginas do nosso blog basta pedir com jeitinho 😉

Ficam aqui algumas dicas para quem estiver interessado em captar um momento Nacional Geographic:

A águia-de asa-redonda, costuma poisar em postes de elecricidade árvores altas ou troncos secos que lhe permitam uma boa visibilidade. Voa alto com um bater de asas lento em circulos planos. É uma ave grande tendo de envergadura de asa cerca de 1,20m. Não é difícil avistá-la por estas bandas.

O Falcão voa geralmente a uma menor altitude poisando sobre os cabos elecricos. Tem um bater de asas rápido e por veses fica parado no ar, batendo as asas quando se prepara para caçar uma presa. Tem um porte muito mais pequeno do que a águia. Estes dois não são confundíveis. A probabilidade de avistar um ou outro é bastante grande sendo no entanto mais certa a presença de falcões.

Os nossos encontros com águias e falcões são frequentes, digamos mesmo diários, já lhes conhecemos os voos e os poisos, já os vimos de longe e de muito perto, mas ainda não nos aplicamos o suficiente para apresentar fotografias de autoria ACAROS com excepção da aguia-de-asa-redonda que foi possível fotografar no Badoca.  O momento mais especial que tivemos com a águia-de-asa-redonda foi uma vez vimos a águia poisada mesmo ao nível dos nossos olhos  a uma distância de uns 4 ou 5 metros, num cabo elécrico, penúgem escura patas amarelas, ombros largos, olhar atento,  ela olhou para nós e depois abriu as asas e planou na direcção oposta.

A coruja das torres pode ser avistada de ralance no seu voo silêncioso com as suas asas brancas no negro da noite. É possível vê-la poisada sobre um poste, ou tronco baixo, mas bastante improvavel. Talvéz seja possível vê-la a caçar a presa presseguindo-a rente às ervas ou a passar em frente ao carro atravessando a estrada.

O mocho galego gosta de ficar poisado em postes e troncos baixos ou altos, observando. É mais simples de avistar e de captar em fotografia.

Os encontros com as aves nocturnas não são tão frequentes mas mesmo assim já tivemos momentos muito especiais que quero realçar. Uma coruja pousada num poste baixinho, paramos o carro, ela virou a cabeça para trás e observou-nos, depois abriu as asas e voou num voo incerto para nos despistar caso pretendessemos seguí-la. Outra vez aconteceu bater num mocho que voou contra o para brisas do carro, ele caiu no chão e ficou atordoado por instantes. Saí do carro e olhei para ele durante 3 ou 4 minutos, não sabia se ele estava bem, é lindo e os olhos assim vistos de perto são assustadores, de uma profundidade tal que nem sei dizer se é de não tirar o olhar ou de não conseguir fixá-los, é arrepiante. Depois ele levantou-se e saltitou para as ervas, coitadinho que susto.

Leave a comment