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O Flutuante

O Flutuante, filho das forças do vento e da lua nasceu da espuma das marés de Inverno. Ele vem para quebrar a solidão dos que procuram e é o prenúncio da mudança. O flutuante apenas aparece, não interage com o meio. A sua acção depende apenas do movimento da água ou do vento. O Flutuante simboliza a presença. Ele é a promessa da realização da procura mas não a resposta. Contudo o contexto em que o Flutuante se revela deve ser objecto de interpretação. Pode ser visto a flutuar no mar, no rio num poço ou mesmo numa poça, por vezes aparece suspenso nos ramos das árvores, nos muros e nos canaviais. A sua aparição significa a necessidade de introspecção pois a solução do que te apoquenta já está formulada. A mensagem pertinente do Flutuante é ” só tu saberás o que fazer”.

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Antigas Piscinas do Vitória

Há um muro que delimita o Parque da Cidade em Guimarães e nesse muro existe um mágnifico painel de azulejos, para o qual vale a pena olhar com atenção. Nós fizemos isso, e gostámos muito, mas não foi o painel que nos atraiu a atenção para este local.

A verdade é que por detrás desse muro esconde-se um monumento abandonado – as antigas Piscinas do Clube Desportivo do Vitória. Os ACAROS vieram visitar as piscinas, que apesar de não serem um aquaparque mereceram o carinho do olhar fotográfico acariano.

Este lugar, entrou em contagem decrescente há mais de vinte anos. Parace que por falta de normas de segurança, não foi possível manter o espaço aberto. As tecelas dos mosaicos devem ter saído de moda.


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O incógnito continua a ser a única resposta, quanto ao futuro destas pistas, onde actualmente habitam algumas famílias de rãs e umas plantas, juntamente com a prancha de salto e mais umas tralhas. De desporto e lazer, ocupa-se o tempo e os raros visitantes.


Para nós ACAROS, o espaço é lindo por si só, tal como é. O ideal seria inserí-lo no espaço do parque urbano, como uma relíquia. Mas sendo isso uma utopia fique apenas o registo, inserido na memória, para que se possa ver com o tempo, o que o tempo mudou.




Os ACAROS e o GEOCACHING no ponto de partida

Os ACAROS, eles são assim. Andam por aí a explorar o mundo ao pormenor e depois respiram e dizem que viram coisas. Ou numa rajada de vento são arrastados para longe. – Possa! Onde é que eu estava? – Deixa cá ver. Onde é que eu estou? E lá vão eles explorar os cantos à coisa, e depois respiram, e depois se não houver mais vento, toca a mecher as patas, há que ver o que há por aí. Enfim, os ACAROS são caprichosos, minuciosos, o sumo da vida é andar à procura de uma coisa e encontrar muitas. Então eles andam de olhos bem abertos que é para encontrar o maior número possível de coisas interessantes. O que acontece é que quanto mais coisas eles vêm, mais interessantes elas se tornam. Os ACAROS são ambiciosos, eles gostam de contar as coisas, de as identificar, de dividir e caracterizar e de associar coisas às coisas. E vem daí uma geometria complicada portanto o melhor é passar à frente, assim já deu para ficar com uma ideia geral do tipo de gente que eles são.

Agora para quem não sabe, passo a explicar um conceito novo que nós também aprendemos aqui há tempos e que se revelou numa coisa interessante. “Captados à primeira pelo Geocaching.” E é assim! – Recomendamos vivamente! Vem um dia o João, falar de uma coisa com esse nome, e ficamos logo a pensar –  Espera lá! Essa coisa parece interessante. Isso é o quê, é um jogo? É uma actividade, um passatempo, um hobbie? – Fixe! É um Jogo! Bora lá jogar! E coisas associadas às coisas vai-se a ver e a coisa é até internacional, mundial mesmo! – O quê?! Há contentores escondidos pelo planeta inteiro onde tens um lápis e um bloco onde podes assinalar o teu nome e pôr a data? Bora lá procurar um? Há um aqui ao pé? – Há em todo o lado! Mas para aqueles cujo interesse não se cativa com um bloco e um lápis para escrever um gatafunho eu vou explicar isto um bocadinho melhor. No entanto, como já existe uma explicação bem elaborada o que aconselho mesmo é seguir o link e ver o vídeo de apresentação no site oficial www.geocaching.com.

O Geocaching é uma caça ao tesouro mundial que requer a utilização de alta tecnologia, nomeadamente a internet e um aparelho de GPS. Toda a informação está no site, é lá que devemos “ir” em primeiro lugar, pois é lá que vamos encontrar as coordenadas que nos levarão ao lugar da cache. Na verdade a nossa aventura não foi bem assim. O João que já estava mais entendido na coisa já tinha as coordenadas no GPS e a referência de uma cache ali na Quinta do Marquês em Oeiras. Demos por nós num relvado entre oliveiras velhas e foi aí que nos apanhou de repente, as oliveiras eram um espanto! É verdade que mesmo vistas de longe elas mereceram o comentário, mas para quem já tinha passado por elas centenas de vezes, aqueles minutos de companhia íntima no mistério do lusco fusco iluminado por candeeiros de jardim, foram de encher o peito, devem ter sido uns cinquenta minutos. Deu para explorar aquelas árvores por fora e por dentro. Sabem como são as oliveiras. –  Não é? – Cheias de recantos inventados no tronco pelo tempo, buracos e buraquinhos com espaços abertos no interior e passagens secretas, ramos embaraçados, entrelaçados e entrançados escondidos sob a folhagem miudinha e densa da copa. Epáh! Valeu a pena ter ido procurar lá o contentor com o bloco e o lápis, apesar de não o termos descoberto, ficou prometida uma segunda visita a estas meninas. E depois já estavamos sentados no paredão do passeio marítimo e entre as pedras de chisto quentes descobriamos a nossa segunda cache, umamicro, com vista para o Bugio e para a outra margem. A primeira, foi mesmo tradicional uma perfeita tuperware com um bloco um lápis e uns artefactos deixados por aqueles que já lá estiveram, num caminho ladeado de chopos no Cabo Submarino, uma cache em homenagem às comunicações, um bom começo. Depois em casa lá fomos explorar o sítio na internet, percebemos que as caches têm história marcam lugares com história e ganham história ao longo da vida. – Olha que bom, construir história! E a interligação, hã!? Espectacular!

Bem! De ACAROS que somos, não nos faltou entusiasmo para iniciar a colecção. – Vamos lá recolher informação sobre o mundo que nos rodeia, que disso nós gostamos muito. Um óptimo pretexto para ir explorar, respirar, e para depois contarmos o que vimos. Para os que não virem ficarem a saber também, o que existe. Surgiram logo alguns lugares muito importantes sobre os quais nós temos coisas para contar ao resto do mundo. Há um pinhal habitado por fadas e duendes para quem quizer que eles lá habitem, é o Pinhal das Fadas e há o Pinhal das Bruxas onde as pessoas despejam lixo. Os ACAROS aqui da zona bem que se esforçam pelas Bruxas, e houve uma vez até, que apareceu um camião e uma escavadora e limparam um buraco do tamanho de meia piscina municipal do Campo Grande que estava cheio de entulho e de pneus, ficou muito mais bonito o local. Há por aí também, uma cascata e um trilho que serpenteia nas margens de um rio que vai desaguar na praia, por entre a vegetação do vale passando pelo pinhal e pelas dunas. Há becos inspiradores escondidos nas aldeias cujas ruas são descritas em versos e vivem aves de rapina nestas paragens. Águias,  falcões, corujas e mochos, sobrevoam planaltos e vales de dia e de noite. Há nestas paragens informação vital sobre o nosso ecosistema, que queremos partilhar.

Quem descobriu o interesse destas caçadas, descobriu também que para além das pesoas que podem viajar o mundo, e da informação que elas podem levar consigo, os objectos têm direito a conhecer o mundo e a contar a sua história. Tudo isto graças à internet e a um pretexto. Atribuímos um código a um objecto, que pode ser registado no site e lá vai ele pelo mundo fora de mão em mão, de cache em cache, recolher histórias, fotografias. cada pessoa que vê regista e a história vai-se criando com pouco esforço. E logo pensamos. – Também queremos. – Queremos mandar um crocodilo para que conheça outros crocodilos e que coleccione fotografias dos seus semelhantes, e uma chupeta da Lucinda para dar a volta ao mundo. – Parece engraçada tal possibilidade.

No final de contas foi inevitavel, O ACAROS combinam muito bem o o Geocaching, portanto tornaram-se amigos chegados e agora gostam de fazer coisas juntos.



Auto-retrato colectivo do Movimento ACAROS

Nós somos muitos. Nós somos chatos. Nós estamos em todo o lado. Nunca ouviste falar do Movimento ACAROS?! Algumas pessoas nasceram para sonhar, para idealizar o mundo e ver paisagens para lá do quadrado. Há pessoas que dificilmente esquecem o que eram enquanto crianças e acreditam nos valores que lhes foram ensinados. Essas pessoas habitam um planeta chamado Terra e apesar de serem sonhadores gostam de assentar os pés no chão. Estas pessoas exploraram o chão onde poisam os pés, e o que está por baixo desse chão. Encontraram materiais e pensaram, criaram obras e preservaram-nas para que os seus sonhos vivessem mais do que eles. Da diversidade do meio nasceram e cresceram ideias e ideais. Surgiu a inovação e a divulgação. Formaram-se opiniões e  a acção triunfou nas palavras perpetuando os seus géneros através da Arte.


A arte deu valor ao espírito e ao sentido de sentir. Nós podemos imaginar, podemos pensar, podemos fazer, podemos amar e queremos  mostrar. Temos uma vontade avassaladora de participar numa causa de tamanha grandeza, como o mundo. Nós existimos ao longo  de séculos e gerações, não somos apenas um caso isolado! O nosso olhar é de criança e nós podemos inventar porque vemos as ligações simples das coisas complexas e as ligações complexas das coisas simples. Ousamos portanto, dar asas à nossa Criatividade.


Foi talvez num desses voos em que nos lembramos da história do Icaro, e apesar de sermos orgulhosos, longe de nós –  queimar as asas e desperdiçar a jornada até ao céu. Nós estamos naquilo que está ao nosso alcance. A natureza cativa-nos imenso. É que à nossa volta existem flores, arbustos, árvores. Existem animais em todo o lado.  Existe um céu com pássaros, nuvens, astros  e algo mais para além disso. Existe um planeta que nos sustenta e nos atrai, existe água, em rios, lagoas, oceanos em nós e junto a nós, e tudo isso é habitado por milhões de criaturas e no ár que nos rodeia há biliões de moléculas que se atraem ou se repelem. À nossa volta existe vida e nós amamos isso, e queremos cuidar disso, do nosso Ambiênte.


É assim que construimos o nosso caminho e caminhamos de sentidos dispertos para o que nos importa. As pequenas e grandes coisas obedecem naturalmente a regras e leis, obedecem a elas apenas por existirem. Elas nascem, crescem, são fabricadas, desenvolvidas ou apenas inventadas. Apanham sol, apanham chuva, apanham frio, apanham calor, más vibrações, boas vibrações, música, barulho, silêncio, pressão, leveza, despreso e reconhecimento. Nascem, vivem e morrem. As coisas deterioram-se com o tempo, tornam-se gastas, mas podem-se tornar brilhantes, às vezes o tempo protege as coisas. Mas sobretudo, com o tempo as coisas tornam-se inúteis e são esquecidas, mas não desaparecem. Ora, hoje em dia produzimos demasiadas coisas que perdem a utilidade a partir do momento em que são adquiridas. Nós interferimos demasiado com os ciclos do nosso planeta. Os recursos que o nosso planeta transformou e armazenou durante biliões de anos, nós em décadas transformámos em lixo e gases tóxicos. Isto não tem lógica nenhuma. As pessoas que aprenderam a produzir, têm que aprender a utilizar e reutilizar os recursos já que o planeta não os consegue transformar com a nossa velocidade. Se usufruímos e gostamos, somos obrigados a contribuir para a Reciclagem.


Alguns dos habitantes deste planeta desenvolveram alergias perigosas e esquecem-se de admitir mas todas elas têm algo em comum, a sua realização encontra-se no processo da vida em si. Aquilo de que realmente gostamos é de criar, criar situações e estados de espírito, criar recompensas frequentes. É para isto que nos esforçamos diariamente. Nós ACAROS damos valor às nossas mãos e àquilo de que elas são capazes, damos valor à nossa mente  e àquilo de que ela é capaz. Nós temos carradas de exemplos e ideias nas prateleiras das ruas do nosso quotidiano, não temos desculpa para não saber mas como há tanto para saber nós temos que escolher. É na simplicidade do que cada um pode fazer que nos encontramos. É o que traça o nosso precurso de reponsabilidade e dever perante o nosso planeta. Para escolher nós gostamos de ver, experimentar perceber o que nos vai realizar. Nós gostamos de aprender e de aplicar o que aprendemos. Nós gostamos de fazer, de desenvolver as nossas iniciativas, nós gostamos de nos aplicar a 100% nos nossos Ofícios.


Nós giramos no centro de triliões de estrelas e gostamos de dançar por natureza. No nosso mundo existe melodia que vibra desde a criação de todas as coisas. Melodia que nos consome e que nos alimenta, entoando, grintando e se silenciando e também o ritmo que marca a existência da vida. Entre nós caminham estrelas que ouvimos e que nos fazem fluir a alma. Nós não temos limites, nós não temos fronteiras, nós vamos até aonde os nossos olhos virem, até onde a nossa alma quiser ir e onde não formos, será ouvido o eco do nosso Som.